Há muita fumaça, em torno dos confrontos de 2022, no Amazonas. As polarizações mais importantes, no entanto, estão bem definidas. O Governo do Estado será disputado por Wilson Lima, buscando a reeleição, Amazonino Mendes e Eduardo Braga. O Senado será definido entre Omar Aziz, concorrendo à reeleição, e Arthur Virgílio. É só olhar o cenário. Mas há nuances. Vamos percorrer esse panavueiro.

Wilson Lima

O governador Wilson Lima trabalha febrilmente no interior. Lá, a disputa com Braga é intensa. Amazonino tem se limitado às mídias sociais, que atingem mais a capital. Wilson busca apoio e iniciativas, dentro do governo, no secretariado, que precisará mostrar apetite para ajudá-lo. O fato de se ter tornado réu, no Superior Tribunal de Justiça (STJ), é um componente negativo na disputa. O desafio do governador é buscar um resultado favorável, antes do dia do voto. Dificilmente, dizem especialistas ouvidos pelo portal, Wilson será afastado da administração estadual.

Eduardo Braga

O senador Eduardo Braga tem procurado fazer marcação colada em Wilson, comentando atos do Governo do Estado e sem refrescar nas críticas. O problema é que isso reforça a imagem do “Braga malvadeza”. Ele até fez um vídeo dizendo que é duro, “mas na defesa do interesse público”. Braga parece sem “escudeiros”, sem ninguém que faça o papel, digamos, menos charmoso de bater nos adversários. Dermilson Chagas e Wilker Barreto, que fazem isso diariamente, batendo em Wilson, trabalham por Amazonino.

Amazonino Mendes

O ex-tetra-governador e ex-tri-prefeito Amazonino Mendes investe no passado. Tem mostrado obras de seus mais de 13 anos no Governo do Estado e nove na Prefeitura. A história mostra que é também um campeão em renúncias. Renunciou no segundo mandato na Prefeitura (1993-março 1995) para concorrer ao Governo. Também no Governo, no primeiro governo (1988-março 1991), para concorrer ao Senado. No último mandato na Prefeitura (2009-2012) renunciou à reeleição. Mas o problema, para ele, não é o passado. É o presente. E no vídeo em que tenta combater boatos sobre sua saúde, como os de que faz hemodiálise, aparece frágil.

Acordos
Chegou a ser ventilada a possibilidade de um acordo entre Amazonino e Braga. Amazonino teria oferecido o cargo de vice-governadora a Sandra Braga, esposa e primeira suplente de Braga no Senado. Isso seria uma pá de cal na carreira no Executivo do senador, que já teve dificuldade para se reeleger. Tendo ainda mais quatro anos de mandato no Senado, aí é que vai disputar o governo, nem que seja sozinho.

Senado
Há muitas pré-candidaturas ao Senado.
O senador Omar Aziz e o ex-prefeito Arthur Virgílio, porém, já bipolarizam a disputa.

Arthur Virgílio

Arthur está investindo na disputa das prévias para a Presidência da República, no PSDB. Os demais pré-candidatos são o governador de São Paulo, João Dória, o senador Tasso Jereissati e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. Dizem que Omar é o maior cabo eleitoral dele. Porque se perder, vai enfrentá-lo para o Senado. E mesmo sem anunciar oficialmente a disposição de concorrer à vaga de Omar, Arthur já aparece como favorito em intenções de voto.
Omar Aziz

O senador Omar Aziz precisa de segurança da reeleição para entrar na disputa. A CPI da Covid-19 seria uma catapulta, com a ideia de levá-lo próximo da unanimidade, mas não está funcionando. Como ainda não terminou, Omar tem a chance de obter um resultado bombástico. E, com isso, fazer os amazonenses esquecerem que foi acusado, no Amazonas, de desviar recursos justamente da saúde.
Pesquisas

As pesquisas pré-eleitorais são a busca de referências. Servem pouco ao quantitativo e ajudam muito no qualitativo. Quantitativo é aquela história de “fulano tem tantos por cento de votos”. Qualitativo é o que o eleitor espera do candidato e como está reagindo à imagem dele. Essa pesca em águas turvas só mostra imagens mais claras no ano da eleição. E mesmo próximo da hora do voto muitas ainda erram.
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