O jornal Diabo Coxo (1864-1865), publicado por Ângelo Agostini (1843-1910) e Luís Gama (1830-1882) na província de São Paulo, destacou-se por utilizar caricaturas como estratégias na compreensão de fatos sociais e dos interesses de classe emanados tanto da elite local como da vinculação com o governo imperial. A hipótese é de que influenciou na educação política do povo na província paulista a partir das imagens caricatas que ilustravam os fatos cotidianos, da conjuntura social, política e econômica. Esse quadro, com as ilustrações, permitia aos iletrados a compreensão das condições de vida exatamente como se apresentavam na realidade. A imagem e a representação do fato eram suficientes para por o leitor em contato com a realidade e, a partir dela, refletir o significado do cotidiano social e das decisões imperiais e de seus dirigentes. A imprensa do século XIX colaborou e faz parte do conjunto de ações educativas desse período. Nesse sentido, o objetivo deste artigo será discutir como o jornal utilizou-se da caricatura como arma crítica contra as instituições imperiais representantes das forças atrasadas da nação brasileira, transformando-as em subsídio educativo.

EDIÇÃO NÚMERO – 01