A política é uma fonte de humor porque é, em si, uma coisa engraçada. O humor, ao contrário, é uma coisa muito séria. Provo: a política é toda feita de dribles à imprensa, de desmentidos impossíveis, de promessas jamais cumpridas, de ilusão, enfim, enquanto o humor não engana ninguém: ou é engraçado ou não é, está ali no papel em exibição pública, nu e cru. Seríssimo. Por isso, os políticos em geral são bons humoristas enquanto os humoristas sempre foram péssimos políticos.
JC
As eleições estaduais no Amazonas em 1986 ocorreram em 15 de novembro, como parte das eleições gerais no Distrito Federal, em 23 estados e nos territórios federais do Amapá e Roraima. Foram eleitos o governador Amazonino Mendes, o vice-governador Vivaldo Frota, os senadores Fábio Lucena e Carlos Alberto de Carli, oito deputados federais e vinte e quatro estaduais. Quatro nomes disputaram o pleito, mas a vitória foi de Amazonino Mendes, candidato apoiado pelo governador Gilberto Mestrinho. Amazonino Mendes venceu também as eleições para o governo do Amazonas em 1994 e 1998 quando já não pertencia ao PMDB.
Advogado formado em 1969 pela Universidade Federal do Amazonas o novo governador fez política estudantil, é empresário da construção civil e foi diretor-auxiliar do Departamento de Estradas de Rodagem no primeiro governo Gilberto Mestrinho, que em sua segunda passagem pelo Rio Negro o nomeou prefeito de Manaus (1983-1986). Seu maior rival foi o deputado federal Arthur Virgílio Neto. Ressalte-se que os candidatos mais votados apoiaram a eleição de Gilberto Mestrinho em 1982 quando eles pertenciam ao PMDB. Foram vencidos também o professor Marcus Barros e o suplente de senador Djalma Passos.
Após quatro anos as máquinas partidárias do Amazonas sofreram transformações a começar pelo PMDB do qual alguns filiados se desligaram rumo ao PSB em protesto pela decisão de Gilberto Mestrinho em indicar Amazonino Mendes como seu candidato enquanto os membros mais representativos do PDS migraram para o PDT e uniram forças com os antigos peemedebistas de modo a derrotar o poderio governamental, mas sem sucesso.
Nesse pleito a sublegenda vigeu na eleição para senador e foram liberadas as coligações partidárias, todavia a disputa pelas vagas na Câmara Alta do Parlamento ficou marcada por um casuísmo visto que embora Fábio Lucena tivesse o mandato em curso por ter sido eleito em 1982, o referido político resolveu disputar um novo mandato e uma vez “reeleito” de modo extemporâneo seu mandato anterior foi entregue ao suplente Leopoldo Peres, entretanto como Fábio Lucena veio a falecer nos primeiros meses de seu novo mandato sua cadeira ficou nas mãos de Áureo Melo.Em meio a tanta controvérsia a segunda vaga de senador ficou com o deputado federal Carlos Alberto de Carli. Coube ainda ao PMDB a conquista das maiores bancadas entre os deputados federais e deputados estaduais que foram eleitos.
Em 1982 Gilberto Mestrinho é eleito governador pelo PMDB derrotando o radialista Josué Filho pelo PDS, tendo como aliado dentre outros, Arthur Neto, eleito deputado federal. Eduardo Braga com pouco mais de 20 anos é eleito vereador para a Câmara Municipal de Manaus pelo PDS, partido que apoiou a ditadura militar e de oposição a Mestrinho.
Em 1983 Gilberto Mestrinho nomeia Amazonino Mendes prefeito de Manaus, último prefeito não eleito de Manaus, tendo Eduardo Braga líder do PDS em oposição a Amazonino Mendes. A indicação de Amazonino somado a alguns eventos políticos sindicais em Manaus resultou no racha no grupo liderado por Mestrinho, com a saída dos deputados federais eleitos em 1982, Arthur Neto, José Mário Frota e de outros políticos autênticos da oposição à ditadura militar, como os deputados Félix Valois, Elizabeth Azize dentre outros.
Em 1986 Amazonino é eleito para o primeiro mandato de governador tendo como vice, Vivaldo Barros Frota egresso do PDS e filiado ao então recém-criado PFL com dissidentes do PDS derrotando Arthur Neto ex-aliado de Mestrinho tendo como seu principal aliado, Eduardo Braga, eleito deputado estadual.
Em 1988 Mestrinho é derrotado na eleição para a Prefeitura de Manaus por Arthur Neto.
Em 1990 Mestrinho é eleito para terceiro mandato de governador com o empresário Francisco Garcia como vice, outro apoiador da ditadura militar, Amazonino é eleito para o Senado e Eduardo Braga eleito deputado federal.
Em 1992 Amazonino foi eleito prefeito de Manaus, Eduardo Braga era seu vice, derrotando a chapa Wilson Alecrim e José Cardoso Dutra, apoiados pelos então prefeito Arthur Neto e governador Gilberto Mestrinho.
Em 1994 Amazonino foi eleito governador, Alfredo Nascimento era seu vice, com o apoio de Gilberto Mestrinho governador à época.
Em 1996 Alfredo é eleito prefeito de Manaus com Omar Aziz como vice-prefeito cuja chapa foi montada pelo então governador Amazonino Mendes com apoio do então prefeito de Manaus e um de seus cabos eleitorais, Eduardo Braga, derrotando Serafim Corrêa no segundo turno por uma diferença apertada.
Em 1998 Amazonino foi reeleito governador tendo Samuel Assayag Hanan como vice derrotando a chapa Eduardo Braga (governador) e Serafim Corrêa (vice-governador). José Melo foi um dos artífices da vitória de Amazonino contra o Eduardo. Gilberto Mestrinho foi eleito senador com apoio de Amazonino derrotando o médico Marcus Barros, candidato ao Senado pelo PT com apoio de Eduardo Braga.
Em 2000 Alfredo foi reeleito prefeito, com Omar vice contra Eduardo Braga.
Em 2002 Braga foi eleito governador, Omar vice com o apoio de Alfredo e Amazonino, contra Gilberto Mestrinho. A chapa original era Eduardo Braga e José Melo. Na madrugada do dia da Convenção no Olímpico Clube, Melo foi excluído da chapa entrando em seu lugar José Melo indicado por Amazonino que cedeu a pressões e chantagens de empresário de uma empresa de comunicação do Estado.
Em 2006 Braga foi reeleito governador, Omar vice, derrotando Amazonino. Desta vez um dos mentores da vitória de Braga foi nada mais, nada menos do que José Melo, que quatro anos antes, havia trabalhado para a derrota de Eduardo Braga contra Amazonino.
Em 2008 Amazonino foi eleito prefeito, contra Omar que tinha apoio de Braga e Alfredo.
Em 2010 Omar foi eleito governador, Melo vice com o apoio de Braga, Amazonino, contra Alfredo.
Em 2012, Arthur Neto é eleito prefeito de Manaus com apoio do então Amazonino Mendes que não concorreu à reeleição, derrotando a candidata e atual senadora Vanessa Grazziotin apoiada por Eduardo Braga de quem foi desafeta política ao longo de 15 anos.
Em 2014 Melo foi eleito governador, com o apoio de Omar e Alfredo, contra Braga.
Em 2016 Artur foi reeleito prefeito com o apoio de Braga contra Marcelo que era candidato do Omar, Melo, Alfredo e Amazonino.
Agora em 2017 todos eles vem como salvadores da pátria mais uma vez, e de novo como essa velha tática de dividir para conquistar, o fato é que o poder sempre fica nas mesmas mãos.
Agora Braga é candidato, Marcelo vice, com o apoio de Alfredo, contra Amazonino que tem o apoio de Omar. Melo foi jogado na lata do lixo por ambos.
VALE LEMBRAR QUE EM 1982, MESTRINHO FOI APOIADO POR QUASE TODOS OS PARTIDOS DE ESQUERDA, DENTRE ELES O PCdoB. NAQUELE ANO MESTRINHO DISSE QUE IRIA GOVERNAR O AMAZONAS POR 20 ANOS. JÁ SE PASSARAM 35 ANOS E OS MESMOS CONTINUAM SE ALTERNANDO NO PODER. MESTRINHO VIRIA FALECER EM JULHO DE 2009.
JOSÉ MELO e EDUARDO BRAGA
ARTUR NETO e OMAR AZIZ
SERAFIM CORRÊA e MARCELO RAMOS
MARCELO RAMOS
MARCELO RAMOS, JOSÉ MELO e EDUARDO BRAGA
JOSÉ MELO, MARCELO RAMOS, CHICO PRETO e EDUARDO BRAGA
EDUARDO BRAGA e AMAZONINO MENDES
VICE-GOVERNADOR HENRIQUE OLIVEIRA
ROBÉRIO BRAGA
RADIALISTA e ex-DEPUTADO ESTADUAL RONALDO TIRADENTES