MILLÔR FERNANDES

O Mundo: construído com material de segunda por um arquiteto inexperiente, acabou produzindo o ser humano.

 

Caricatura > J.Bosco

A justiça é igual para todos. Aí já começa a injustiça.

 

Shakespeare afirmava que o mundo é um palco.

Faltou dizer: de fantoches.

 

Em determinados países como o nosso, neste momento da história, assaltado ou violentado, é melhor não gritar por socorro- corre- se o risco de atrair a polícia.

A pressão da sociedade de consumo foi levada a tais extremos que os presentes de Natal já não os damos por generosidade mas por medo.

 

O estranho é que, num  país com mais de 60% de analfabetos, a grande preocupação do Poder Público seja o que dizem meia dúzia de escritores.

 

Esta charge de Millôr Fernandes, parte do acervo do artista sob a guarda do IMS, circulou nas páginas da edição da revista Veja de 7 de setembro de 2005, mas a data de publicação no caso é um detalhe que não transforma a caricatura em sátira de época. Poderia, sem perder atualidade, ganhar destaque nesta semana em qualquer veículo de imprensa engajado na cobertura dos escândalos políticos que não é de hoje assolam o país. Doze anos depois, corrompidos e corruptores, delatados e delatores, juízes e interrogados já não são os mesmos, mas a crítica de humor ainda cai feito luva nesses tempos de Lava Jato.

Todo Estado é administrado por um grupo de criminosos que, ao tomar o Poder, estabelece uma legislação pondo todos os outros cidadãos mais ou menos fora da lei.

 

A hipocrisia é o elemento básico na filosofia das grandes nações. Seria tão fácil elas terminarem com as explosões atômicas. Mas gastam tempo, energia e dinheiro tentando controlar a explosão demográfica.

 

Me dêem mil atos de absoluta moralidade e eu construirei um bordel.

 

A utilidade da música é conhecida. Serve para animar soldados nas marchas e nas batalhas, para fundo de filmes cinematográficos, animação de festas sociais, ambientação de bares e restaurantes e alienação do paciente enquanto o dentista lhe trata dos dentes.

 

 

O Homem é um animal inviável.

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O Portal O Ralho é composto por um grupo de artistas digitais que utiliza a política como fonte de inspiração. Dado o tamanho da bizarrice a política é humor próprio e porque é, em si, uma coisa engraçada. O humor, ao contrário, é uma coisa muito séria. Provo: a política é toda feita de dribles à imprensa, de desmentidos impossíveis, de promessas jamais cumpridas, de ilusão, enfim, enquanto o humor não engana ninguém: ou é engraçado ou não é, está ali no papel em exibição pública, nu e cru. Seríssimo. Por isso, os políticos em geral são bons humoristas enquanto os humoristas sempre foram péssimos políticos. Então o Ralho traz a visão contestadora, humorística e diária da realidade…