TCE investiga gasto milionário com folha secreta na Prefeitura

Os indícios de fraudes e corrupção na Prefeitura de Campo Grande finalmente
caíram na mira do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul (TCE-
MS). A Corte abriu processo de auditoria operacional para investigar a situação
das finanças do município, bem como a possível existência da chamada folha
secreta.
A suspeita é de que o destino de R$ 461 milhões em 2022 tenha sido o
pagamento de jetons (valores pagos aos servidores que representam o Poder
Público em reuniões, conselhos, sessões de julgamento ou assembleias),
planos de trabalho e outros penduricalhos salariais.
A inspeção extraordinária da Corte de Contas é para levantar o destino de R$
38,4 milhões mensais porque até o momento ninguém sabe quais as pessoas
receberam esse dinheiro e nem mesmo o motivo do pagamento.
Ademais, os penduricalhos criados na gestão do ex-prefeito Marquinhos Trad
foram devidamente mantidos por sua sucessora, a prefeita Adriane Lopes
(Patriota).
Sob o comando do presidente do TCE, conselheiro Jerson Domingos, não há
dúvida de que o trabalho de apuração será rigoroso e desvendará todas as
falcatruas escondidas embaixo do tapete do gabinete da Prefeitura de Campo
Grande.
Indícios apontam que a chamada folha secreta teve início quando Marquinhos
Trad (PSD) era o prefeito de Campo Grande e, sendo assim, o Tribunal de
Contas do Estado fará um pente-fino nas finanças do município no período que
compreende os anos de 2021 e 2022.
Em sua análise, o TCE faz um levantamento detalhado dos gastos com
pessoal registrados pela Prefeitura em sua folha de pagamento. Também estão
sendo levantadas as contas da gestão do ex-prefeito Marquinhos Trad.
Após esse levantamento por parte do departamento de auditoria do TCE, será
feita uma análise para apurar se as contas da gestão de Marquinhos Trad
estão em regularidade e em observância com os índices oficialmente
determinados para o gasto com pessoal.
Na prática, o Tribunal de Contas faz o confronto do material levantado in loco
com os dados apresentados pela Prefeitura de Campo Grande. Em seguida, o
TCE emitirá um relatório pautado pela mais alta seriedade e responsabilidade
para evitar qualquer conclusão precipitada dos fatos.
Finalizado o trabalho da equipe responsável pela auditoria, a Prefeitura será
acionada para exercer o seu direito ao contraditório, ou seja, para explicar os
dados questionados pelo TCE.

Vários são os indícios de que Marquinhos Trad mantinha uma folha salarial
secreta e o principal deles é o fato de o ex-prefeito ter elevado os gastos com
pessoal de R$ 1,6 bilhão para R$ 2,5 bilhões. A suspeita é de que esses
valores teriam sido pagos para secretários e alguns servidores específicos.
Indignados com a falta de transparência da Prefeitura, os vereadores André
Luís Soares (Rede) e Marcos Tabosa (PDT) garantiram que vão impetrar um
mandado de segurança para ter acesso às informações do município que
deveriam estar sempre disponíveis ao público.
Somente a título de exemplo, uma servidora teria recebido R$ 74 mil em
apenas um mês. A mulher foi procurada pela imprensa para se explicar, mas
sequer foi encontrada, nem mesmo em horário de expediente.
Embora Marquinhos Trad tenha elevado os gastos com pessoal sem dar a
menor explicação, suas atitudes e a falta de transparência nunca foram
questionadas por quem quer que seja.
Agora, com a intervenção necessária e implacável do TCE, a história ganha
novos rumos e, caso as irregularidades sejam constatadas, os responsáveis
serão rigorosamente punidos.

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