Se é para o bem do povo…
Eita figura influente na política brasileira esse tal de “clamor popular”. É uma figura de retórica, mas que tem influência, isso tem. E desde tempos imperiais, quando levou o príncipe regente D. Pedro I a desafiar a corte portuguesa e ficar no Brasil. O anúncio da decisão, no dia 9 de janeiro de 1822, no Paço Real (depois Paço Imperial), no Rio de Janeiro, que ficou conhecido como Dia do Fico, tornou-se um marco importantíssimo no processo de independência do País.

…e para minha felicidade…
No Amazonas, então, querendo ou não, o clamor popular tornou-se a “costa quente” ideal para justificar decisões embaladas por aspirações pessoais irrefreáveis, mas que precisam de um verniz coletivo para não parecerem tão, digamos, individualistas.

…diga a todos que sou
E se nas relações cotidianas um não às vezes esconde um sim, e vice-versa, na política nem se fala. Não raro, no apagar das luzes, o que era negado de pés juntos de repente vira do avesso, e quem não era passa a ser, porque o “clamor popular” assim o quis. E quem viver espere os próximos capítulos, porque o dia 4 de abril ainda está muito longe e tem muita água para passar sob as pontes da política baré.

Cadê eu?


É a pergunta que devem estar fazendo o senador Plínio Valério (PSDB), o advogado Marcelo Amil (PSOL), a defensora pública Carol Braz (PDT) e o pecuarista Dário do Agronegócio (sem partido), todos pré-candidatos ao Governo do Estado, que não apareceram nem como traços na sondagem de intenções de votos divulgada há poucos dias.

Que sou…


Tirando Dário, que é um estreante na política eleitoral amazonense e pretende ser o nome do conservadorismo nas eleições deste ano, os outros três tanto já são conhecidos dos eleitores quanto estão com as respectivas pré-candidaturas anunciadas há bom tempo, por meio de entrevistas a veículos de comunicação ou eventos públicos.

…mas não estou


Plínio, senador, protagoniza até um cabo-de-guerra interno no PSDB com o tucano-mor Arthur Neto por conta de sua pré-candidatura. Amil largou o PCdoB pelo Psol, onde entrou carimbado como pré-candidato e falando grosso. E Carol teve o nome lançado em evento nacional do PDT, ao lado de Ciro Gomes, que disputará a Presidência da República pelo partido.

Entrando no game


Como o que passou ficou para trás, as próximas sondagens de opinião terão que incluir não somente esses quatro nomes, mas também o de João Pedro Gonçalves, que já foi deputado estadual, vereador de Manaus, senador da República, superintendente regional do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) no primeiro governo Lula e presidente da Funai (Fundação Nacional do Índio) no governo Dilma Rousseff.

Puro-sangue
João Pedro foi lançado como pré-candidato ao governo estadual por correntes majoritárias do PT Amazonas no finalzinho de janeiro e teve uma boa recepção entre os partidos do chamado campo progressista, que deverão fechar com a candidatura do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. Forjado politicamente no PCdoB, saiu do movimento estudantil direto para um mandato de deputado estadual na histórica eleição de 1982, que marcou a reabertura democrática do Brasil.

Sangue bom
Eleito vereador de Manaus ainda pelo PCdoB, João Pedro migrou para o PT no início dos anos 1990 e de lá não saiu mais, construindo uma imagem de político firme ideologicamente mas sempre aberto ao diálogo com todas as correntes. Por isso seu nome pode ganhar força junto aos partidos que devem formar as duas federações que marcharão com a candidatura Lula, que são PT-PCdoB-PV-PSB e Psol-Rede.

Peso-pesado


Já na disputa pela única vaga ao Senado, o nome que não pode ficar fora das próximas sondagens de opinião é o do ex-deputado estadual Luiz Castro, que ingressou no PDT justamente para encarar essa disputa. Prefeito de Envira duas vezes, deputado estadual por cinco mandatos, ele presidiu a Associação Amazonense de Municípios (AAM), o extinto Icoti (Instituto de Cooperação Técnica Intermunicipal) e foi secretário estadual de Produção Rural, antes de disputar uma cadeira no Senado em 2018 sair como peso-pesado, chegando a 581.553 votos (17,66%) e perdendo a vaga para Eduardo Braga (MDB) – 607.286 (18,45%) por apenas 25.733 votos.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui