CAMBADA VELHA TAMBÉM DÁ TICADO NOVO
Os jaraquis ticados deste domingo são, em boa parte, de uma cambada velha, a começar pelos envolvidos na produção cinematográfica de categoria D (de desastre) “A morte e a morte da Zona Franca de Manaus”, em cartaz na imprensa escrita, falada, televisionada, interneticada, telegramada e psicografada da Barelândia.
Como dito por aqui na ‘sumana’ passada o filme é ruim, os protagonistas são péssimos e não se pode esperar outra coisa senão a fatalidade para a donzela ferida de morte naquele que tende a ser o primeiro plano de destruição da ZFM arquitetado por Pink e Cérebro do Planalto a dar realmente certo para eles.
Na UTI há praticamente um mês, nada indica que a donzela em perigo sairá ilesa da terrível situação, infelizmente, até porque o quarteto salvador que apareceu sorridente nas fotos comeu abiu (ou frango com farofa) e a voz sumiu.
EU DISSE PARA NÃO DIZEREM QUE EU DISSE
Para quem esperava a visita de Capitão Farofa a Manaus na sexta-feira passada, 18, conforme anunciado com estardalhaço em todas as mídias e cantado e decantado nas redes sociais pelos coadjuvantes Dancing Man, Coronel Cabeleira e Senhor Buchada, só restou a cara de tacho. Aliás, no dia seguinte já havia um álibi circulando para justificar o cancelamento do que nunca tinha sido programado.
A impossibilidade estava em “conflito de agenda” que ontem, 18, soube-se envolvia visita vespertina à vizinha Rio Branco, capital do vizinho Estado do Acre, para atos de campanha que incluíam entrega de títulos fundiários, inauguração de obras privadas e jantar com pastores evangélicos. Não houve agenda na parte da manhã.
Um vôo direto Manaus-Rio Branco ou vice-versa, em avião comercial, dura em média duas horas. No jato presidencial bem menos, com certeza. Mas seria um sacrifício enorme, pelo jeito.
QUEM NÃO TE CONHECE É QUE TE COMPRA
Diziam os antigos quando se viam diante de pessoa farsesca e já afamada na arte da enganação, tida e dita como embusteira. Se era esse o caso envolvendo o filme e seus protagonistas, quem não conhecia as figuras e as comprou, pensando presenciar um espetáculo de ressurreição por decreto dado, passado e assinado na capital da Amazônia, não só deu com os burros n’água como os viu encharcados, porque o aguaceiro não tem parado nessas paragens, seja por cima ou por baixo
FULEIRANDO A FULEIRAGEM
Para completar, e para garantir uma morte bem morrida à ZFM, Pink e Cérebro do Planalto já brandaram aos quatro cantos quadrados, retangulares e redondos, para quem quis ouvir, que desgraça pouca é bobagem e esse negócio de 25% de redução é nada diante do que planejam para a apoteose, mas que por enquanto 35% está garantido para os próximos dias, doa em quem doer, sofra quem sofrer e minta quem mentir.
FALO E PISO NO CALO
Em contraponto, ao menos Cirão da Massa, mais conhecido Ciro Gomes, não poupou saliva e borduna. Se o cabra já não tinha muitas papas na língua, depois que virou cidadão amazonense por obra da Assembleia Legislativa do Estado que lhe concedeu essa intitulação por unanimidade, o pré-candidato à Presidência pelo PDT – Partido Democrático Trabalhista largou a lenha no lombo de Pink do Planalto.
Por onde andou e falou para se lançar e lançar as pré-candidaturas da defensora pública Carol Braz e do ex-deputado Luiz Castro ao Governo do Estado e ao Senador Federal, respectivamente, ele abordou essa questão do decreto de morte da ZFM.
Em relação a isso, disse o que sempre se soube: o tal decreto não foi precedido de nenhum estudo e não tem nada a ver com a retomada da produção industrial do País, e nem o Pink do Planalto leu ou refletiu antes de assinar. Ou se leu, gostou do que viu e mandou bala, porque maldade é com ele mesmo.
UMA QUESTÃO DE BOM SENSO
O ex-presidente Lula, semana passada, já havia criticado duramente o decreto do IPI quando parou em Manaus por poucas horas na volta de uma viagem ao México. E o presidente nacional do Solidariedade, Paulinho da Força, que também esteve na capital amazonense recentemente, não só criticou esse ato como colocou toda a bancada federal de seu partido à disposição para lutar em defesa do modelo. Lula, Paulinho e Ciro deixaram claro que entendem a importância da ZFM para o Amazonas, a Amazônia e o País, como todos os cidadãos de bom senso. O problema é que esse tal de bom senso é um artigo em falta nos rincões planaltinos.
NÃO DÁ PARA ESPERAR SENTADO
Enquanto chega o armagedon. É por isso que o ex-prefeito Arthur Neto (PSDB) já ajuizou ações visando suspender os efeitos deletérios do decreto de morte da ZFM urdido por Cérebro e assinado por Pink do Planalto. O velho tucano sabe que falar não basta porque senão a caravana passa e vai embora. Tem que agir e, nesse caso, a Justiça é o melhor caminho.
Assim aconteceu (e funcionou) no passado, quando os ataques à ZFM eram repelidos com ações no STF – Supremo Tribunal Federal e manobras no Congresso Nacional para atrapalhar a vida do Governo Federal. Das ações encarregava-se o ex-(tetra)governador Amazonino Mendes, que nem pensava duas vezes e corria para a Justiça. Das manobras cuidava Arthur Neto, que não hesitava em trancar a pauta na Câmara Federal enquanto não se encontrasse uma solução de interesse da Zona Franca de Manaus.
DE VOLTA A BEDROCK
Quem chegou a ver o desenho animado Os Flintstones lembra dos automóveis e outras máquinas movidos a tração animal, lembra das hilárias cenas dos personagens impulsionando (e freando) os carros com os próprios pés. Mas quem não conheceu o desenho nem precisa se estressar porque, ao que tudo indica, talvez tenhamos que fazer o mesmo em futuro não muito distante, pela impossibilidade de comprar combustíveis. Efeitos da era bozozóica.
MENINO TRAQUINA ATACA NOVAMENTE
A traquinagem da semana, na Câmara Municipal de Manaus, foi a distribuição de um “kit selfie” aos vereadores, nos quais o presidente David Reis (Avante) torrou a bagatela de R$ 630 mil. O mimo tem o pretexto de melhorar as condições de comunicação e de prestação de contas das ações dos edis manauaras. É composto por estojo com máquina fotográfica e alguns acessórios e estava sendo recebido de bom grado, ao que se sabe, até que alguém chiou, devolveu e chamou a atenção da imprensa. E lá foi para a mídia a mais nova farra com o dinheiro do contribuinte. Ministério Público? Sabe-se lá por onde anda.
Osmir Medeiros
Colunista d’o Ralho, foi editor de economia Jornal Amazonas Em Tempo e editor de Opinião Jornal do Commercio, entre outros veículos.E-MAIL: osmirmedeiros@gmail.com