Bastidores da Política
ATÉ QUE ENFIM
O Governo do Amazonas foi ao STF – Supremo Tribunal Federal em defesa da ZFM – Zona Franca de Manaus contra o decreto federal que concede desconto linear de 25% na alíquota do IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados para todo o Brasil e, com isso, lasca o modelo de desenvolvimento incentivado local com a redução de uma das suas maiores vantagens comparativas em relação a outras praças do País.
ÓBVIO ULULANTE
A ADI – Ação Direta de Inconstitucionalidade do governo estadual chegou ao Supremo praticamente dois meses depois de publicado o decreto presidencial, proeza deletéria cometida no dia 25 fevereiro, em plena sexta-feira de carnaval. E em suma a ADI argumenta o que era óbvio desde sempre, ou melhor, desde 1988, quando foi promulgada a Constituição da República Federativa do Brasil pela Assembleia Nacional Constituinte: o modelo ZFM é protegido constitucionalmente, sendo isso umas chamadas cláusulas pétreas da Carta Magna.
MENINO BIRRENTO
A pinimba do Governo Federal em relação à ZFM tem muito a ver com a sanha destruidora do sinistro da Economia, o “Cérebro” do Planalto, em relação ao modelo. Mas é também (e agora principalmente) por birra política do “Pink” do Planalto, que para se vingar de desafetos como o senador Omar Aziz (PSD), o “Ganso”, escroteia até não mais poder com o povo amazonense.
FI-LO PORQUE QUI-LO
Disse Jânio Quadros em 1961 sobre sua renúncia à Presidência da República e diz o atual inquilino do Palácio da Alvorada em relação ao mal que despeja sobre nós, cidadãos subtropicais à mercê das diatribibes assacadas contra todos os alvos dos maus bofes bozozóicos. Para ele, já chamado por alguns de Biker Fron Hell devido a certos passeios conhecidos como motociatas, motivo justo é o de menos quando o assunto é atacar o que ou quem quer que seja.
E A GORA ANDRÉ?
É a pergunta à qual terá que responder em breve o outrora alardeado terrivelmente evangélico André Mendonça, feito ministro do STF com a certeza de que rezaria pela bíblia bozozóica e contrariaria tudo que contrariasse quem tivesse que ser contrariado. Ele será o relator da ADI impetrada pelo Governo do Amazonas em defesa da ZFM e ficará novamente emparedado entre o dever devocional ao pretérito protetor e o dever moral, ético, cívico e legal de julgar “nas quatro linhas da Constituição”.
SIM, MAS NÃO
No caso recentíssimo do julgamento do deputado federal bozozóico pilhado em uma coleção de crimes o neoministro foi pela condenação e contrariou, sim, mas a horda bozomínica, que esperava dele o arrepio da lei e do bom senso de justiça em defesa do indefensável. Sensatamente e para o alívio geral da nação, deixou claro que como jurista e cristão não pode endossar atos de violência. E cravou mais um voto a favor de mandar o bombadão apoplético e desbocado para o xilindró.
NÃO, MAS SIM
No caso da ADI em defesa da ZFM não conta esse conflito religioso, ao menos no que se refere à incitação à violência nas formas física, verbal e moral. Mas precisa contar, sim, a violência social, cometida contra milhões de pessoas afetadas no direito elementar ao trabalho por conta das atividades econômicas que serão descontinuadas e em consequência dos empregos perdidos. E tem a questão legal, da inconstitucionalidade pura e simples do ato porque o modelo é protegido pela Constituição Federal, e não é qualquer um birrento, mesmo com faixa presidencial, que pode fazer o que quiser.
POR FALAR EM BIRRA
Essa última, da tal graça, é outra que entrará para a coleção de ridículos da era bozozóica. A prerrogativa legal para a tal graça existe, mas o ato foi falho. E como o direito não acolhe a quem dorme e muito menos a quem falha, lá adiante a tal graça vai para o lixo por causa do seu vício de origem, de perdoar por antecipação apenas para peitar o Judiciário. Esquece o birrento que o último a bater no peito gabando-se de ter os colhões roxos teve que renunciar ao mandato para não ser cassado mas não escapou da inelegibilidade por longos oito anos e hoje serve apenas para aparecer em fotos como papagaio de pirata do pirado de plantão.
ELE NÃO APRENDE
Por falar em Fernando Collor de Mello, o bicho acabou de ver confirmada sua condenação por uso de dinheiro da CEAP – Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar, portanto verbas públicas, em serviços na famosa Casa da Dinda, em Brasília, um dos símbolos do governo dele, de triste memória para o País. A condenação em primeira instância aconteceu em 2019, depois de investigações que comprovaram gastos médios de R$ 40 mil mensais da CEAP a que tem direito como senador com segurança, conservação, limpeza e jardinagem no imóvel familiar. Agora terá que devolver a bufunfa com juros e correções monetárias.
AO FIM E AO CABO
De volta ao deputado bombadão apoplético e desbocado, é quase certo que não poderá contar com a tal graça e seguirá condenado até que tudo transite em julgado, que é quando seus advogados poderão requerer a extinção da sua pena e consequentemente a impossibilidade de sua punição. Tudo correndo nos conformes, dentro do rito processual, ele até poderá concorrer à reeleição em 2022 com o registro da candidatura sub judice e até se reeleger assim, porém o castelo de areia deverá se desfazer com a sentença definitiva e irrecorrível em 2023. E sem a tal da graça, só deverá lhe restar a desgraça das quatro linhas das paredes de uma cela da Papuda.
FENÔMENO FENOMENAL?
Tudo indica que Fernanda Ariel (Avante) será alvo de um trabalho metódico, intenso e extenso para explodir como o nome jovem da eleição para a Câmara Federal, conquistando a confiança (e o voto, claro) de grande parcela do eleitorado dos 16 aos 29 anos de idade. É possível perceber isso na confiança do secretário municipal extraordinário de Articulação Política de Manaus, Wagno Oliveira. Ele aposta tão alto no potencial da filha do prefeito David Almeida que vê até a possibilidade de, com uma supervotação, ela contribuir para eleger mais dois deputados federais do partido.
ATÉ A CAIXA DE MARCHA
Ricardo Nicolau (Solidariedade) pode até não saber ticar, mas que sabe traçar na moral um jaraqui ticado e bem fritinho não há dúvida. A destreza do cidadão nessa arte de estraçalhar o peixe-símbolo do Amazonas pode ser conferida no restaurante do Alfredinho, na lateral esquerda do mercado municipal da Praça 14. É lá que ele bate ponto regularmente e, como se diz no caboquês, é mestre em destroçar até a caixa de marcha. E se for tão bom de administração quanto é de colher e garfo (sim, porque faca para combinar com peixe só a peixeira, e na hora de ticar), pode-se dizer que está apto a administrar o Estado caso vença as eleições deste ano.
FILHO DE PEIXE…
…Peixinho é. E quem sai aos seus não degenera. Prova dessas constatações da sabedoria popular é o Alfredinho, personal fornecedor de jaraquis fritos do Ricardo Nicolau, filho do lendário Alfredo, do não menos lendário restaurante Galo Carijó, que ficava na esquina das ruas dos Andradas e Pedro Botelho, no entorno da área portuária de Manaus.
LINHA DE PASSE
Quem está se posicionando para disputar o comando da FAF – Federação Amazonense de Futebol é Augusto Ferraz. E se entrar em campo com a disposição que emprega nos desafios aos quais se lança, vai ser parada dura para os adversários. Ex-deputado estadual por dois mandatos e atualmente prefeito de Iranduba, na ilharga de Manaus, tem uma carreira extremamente bem-sucedida como empresário do comércio e de serviços, além de intenso trabalho no campo assistencial.
TOMANDO A BOLA
Foram justamente essas credenciais, de administrador competente e ao mesmo tempo voltado para o social, que tornaram Augusto Ferraz o nome ideal para desportistas da capital e do interior que há décadas sonham em ver a maior e mais poderosa entidade desportiva do Amazonas sob uma gestão diferente do grupo que a comanda por quase quatro décadas.
SALVE OGUM! SALVE JORGE!
Jorge da Capadócia foi de soldado romano a mártir cristão, virando São Jorge. E no Brasil do sincretismo tornou-se o paralelo de Ogum das religiões de matriz africana, orixá do elemento terra, protetor dos agricultores, soldados, artesãos e de todas as pessoas que precisam de ajuda em suas lutas. Não à toa, um dos pontos mais comoventes dedicados a esse orixá tem um trecho que diz “se meu pai é Ogum, vencedor de demanda, quando vem de Aruanda é pra salvar filhos de Umbanda”. E outro, não menos pungente, define: “Ogum, cavaleiro de Umbanda, vencedor de demandas, não deixa filho tombar”.
QUEM ENTROU, ENTROU
Os prazos do calendário eleitoral às vezes confundem, porém são bem objetivos e só precisa um pouquinho de atenção para entender bem cada um deles. Nesta segunda-feira, 25, por exemplo, quando o TSE – Tribunal Superior Eleitoral disponibilizar o acesso público às listas atualizadas dos filiados de cada partido será possível saber, finalmente e de verdade, quem se filiou a qual legenda dentro do prazo exigido para a habilitação à disputa por cargos em 2022, que foi o dia 2 deste mês de abril.
QUEM NÃO ENTROU, NÃO ENTRA MAIS
Como o prazo mínimo de domicílio eleitoral é de seis meses antecedentes à data do primeiro turno, quem pretende se candidatar teve que se filiar até o dia 2 passado e o partido teve que enviar a lista atualizada de filiados por meio eletrônico ao TSE até o dia 18. Por isso que ninguém fique espantado se ao consultar a lista de um partido encontrar alguém que tinha anunciado a entrada em outro e trocou no apagar das luzes sem avisar.
Osmir Medeiros
Colunista d’o Ralho, foi editor de economia Jornal Amazonas Em Tempo e editor de Opinião Jornal do Commercio, entre outros veículos.E-MAIL: osmirmedeiros@gmail.com