Ou Tarcísio demite Derrite ou derrete

“Banho de sangue pode comprometer o sonho do Planalto”, aponta Alex Solnik

Por Alex Solnik

Se o governador Tarcísio de Freitas não quiser ficar com a pecha do ex-governador Abreu Sodré, que criou, incentivou e protegeu o Esquadrão da Morte nos tempos da ditadura, tem que demitir seu Secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, com toda a urgência, porque ele não é a solução para a segurança, ele é o problema.

A sucessão de casos em que policiais militares agem desde o atual mandato, matando primeiro e perguntando depois, atirando pelas costas em ladrãozinho pé-de-chinelo, matando criança de quatro anos e intimidando em seu velório, escalada que culminou com a cena de ontem, na qual um PM joga um rapaz desarmado e indefeso viaduto abaixo, como um saco de batatas, mostra que não se trata de casos isolados de maus policiais, e sim de fiéis cumpridores das ordens e orientações emanadas do alto escalão policial – o comando da PM e a secretaria da Segurança Pública.

Quando os assassinatos do Esquadrão da Morte ficaram públicos e notórios, expostos sobretudo na imprensa estrangeira, pois a brasileira estava sob censura, o regime militar deu um basta no bando, porque seus crimes começaram a contaminar a imagem do governo.

Tal como os crimes da PM de Derrite estão contaminando a imagem de Tarcísio.

Não dá pra ser visto como moderado se a sua polícia continuar produzindo banhos de sangue.

Ou ele demite Derrite ou derrete.

* Alex Solnik, jornalista, é autor de “O dia em que conheci Brilhante Ustra” (Geração Editorial)

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