Os desafios no combate à corrupção eleitoral

 

Por Carlos Santiago*

A participação de entidades da sociedade civil no processo eleitoral para escolha dos governantes do país é um direito e uma necessidade para melhorar a qualidade da política e dos políticos e, com isso, eleger bons gestores públicos e proporcionar a melhoria na prestação dos serviços.

     O Comitê Amazonas de Combate à Corrupção celebra 9 anos de participação ativa no processo eleitoral e no combate à corrupção. É formado pela Ordem dos Advogados do Brasil – OAB/ AM, Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Amazonas, Sindicato dos Fazendários AM, Conselhos profissionais regionais de Administração, Contabilidade e de Economia e a Arquidiocese de Manaus. E é ligado ao Movimento Nacional de Combate à Corrupção Eleitoral – MCCE.

       O Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral é responsável por leis de iniciativa popular.  Como movimento conseguiu criar com a participação da sociedade civil organizada, a Lei 9.840/99, que cassa o registro de candidatura ou o mandato de quem comprar votos ou oferecer favores em troca de votos; e a Lei da Ficha Limpa. E teve, também, participação ativa no fim do financiamento empresarial nas campanhas eleitorais, por meio de ação junto ao Supremo Tribunal Federal – STF, que declarou inconstitucional o financiamento empresarial.

       O trabalho do Comitê Amazonas tem quatro grandes objetivos: fazer educação política, ensinando os meios para alcançar o voto consciente, que é votar pensando na coletividade, no bem comum; realização de cursos sobre propaganda eleitoral, fake news e desinformação nas eleições, prestações de contas eleitorais; e recebe denúncias da sociedade e, posteriormente, as encaminha ao Ministério Público Eleitoral para providenciar avaliações jurídicas e ações necessárias; e propor políticas públicas.

      O local de funcionamento do Comitê Amazonas, em 2024, será a sede do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Amazonas, situado na Praça Santos Dumont – 15, Centro.

      Para sua atuação em 2024, o Comitê terá várias ações. Irá produzir um documento contendo os grandes problemas de Manaus com sugestões para resolvê-los por meio de   políticas públicas, o qual será entre aos candidatos(a)s ao cargo de prefeito de Manaus e para Poder Legislativo da cidade.

       Vai produzir e lançar uma cartilha sobre o voto consciente nas eleições com atribuições de cada cargo em disputa em 2024, como o de prefeito (a), de vice-prefeito e de vereador(a), bem como a importância da democracia.

        Irá promover cursos online e presenciais sobre propaganda eleitoral, fake news e Inteligência Artificial nas eleições, além da importância da participação da mulher na eleição para a democracia representativa.

      O Comitê vai participar ativamente de debates entre os candidatos(a)s majoritários e proporcionais, cobrando promessas não realizadas e comportamento ético na campanha política e na administração pública.

       Os desafios do Comitê não são fáceis. Há notícias de cargos públicos de primeiro escalão do Poder Executivo sendo ocupados por parentes de membro do Ministério Público e por membro da Corte do Tribunal de Contas do Amazonas, órgãos públicos com atribuições constitucionais de fiscalização e de análise das contas públicas.

       É essa missão do Comitê. Cobrar comportamento ético da autoridade pública, fazer educação política, receber e enviar denúncia aos órgãos públicos competentes, buscar soluções para os problemas da cidade e melhorar a política e a qualidade dos políticos. Assim será, também, em 2024.

 

 

* Sociólogo, Advogado e pós-graduado em Ciência Política.
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O Portal O Ralho é composto por um grupo de artistas digitais que utiliza a política como fonte de inspiração. Dado o tamanho da bizarrice a política é humor próprio e porque é, em si, uma coisa engraçada. O humor, ao contrário, é uma coisa muito séria. Provo: a política é toda feita de dribles à imprensa, de desmentidos impossíveis, de promessas jamais cumpridas, de ilusão, enfim, enquanto o humor não engana ninguém: ou é engraçado ou não é, está ali no papel em exibição pública, nu e cru. Seríssimo. Por isso, os políticos em geral são bons humoristas enquanto os humoristas sempre foram péssimos políticos. Então o Ralho traz a visão contestadora, humorística e diária da realidade…

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